Vilã Daphne Trussoni

Quando os Trussoni tiveram a sétima filha mulher, foi necessário que se mudassem da Itália para a Inglaterra, onde teriam mais chance de sobrevivência.
Era o ápice da Idade Média quando a recém nascida Daphne embarcou em um navio á velas. Como a família era pobre, foram embarcados junto com a carga: caixas de roupa, móveis encomendados por famílias importantes e animais: desde os domésticos até os ratos e baratas, que também vinham para a Grande Inglaterra escondidos. Muitas das vezes, a pequena Daphne não tinha com que se alimentar: o primeiro alimento que recebera após o leite materno foi uma barata.
As irmãs reclamaram de início: não eram da realeza, mas com certeza jamais se sujeitaram a esse tipo de coisa. Mas era uma situação em que não tinham muita escolha: ou eram os bichos ou era a morte.
A viagem foi longa: durou quatro anos. O navio era velho, e ainda parou em diversos locais, como França, Império Otomano, Espanha e Portugal. Durante a travessia, todas as irmãs e o pai morreram de peste bubônica: uma ameaça conhecida na Itália, e que logo mais seria introduzida na Inglaterra por meio do sujo navio.
“É um milagre!” diziam os marinheiros “Mãe e filha foram as únicas que sobreviveram aos ratos e aos corpos infectados!”. Mal eles sabiam da maldição das sétimas filhas. Se soubessem, teriam atirado as duas ao mar, e navegado para o mais longe possível delas.
Chegando à Inglaterra, Diana Trussoni foi obrigada a se casar de novo: não era bom para as mulheres serem vistas sem homens: a Santa Inquisição acabava de lançar o livro O Martelo das Bruxas, que continha todas as maneiras de identificar e exterminar as servas do demônio: mulheres desacompanhadas eram sempre as principais suspeitas. E quanto mais se nega ser bruxa, mais convicta a Inquisição fica da sua culpa.
Gerard Soren era um comerciante rico, que logo caiu nos encantos da italiana, que era uma pobre jovem viúva: apenas se incomodou com a criancinha de cinco anos. Ele queria seus próprios filhos, não ter de cuidar de uma enteada. Mas teve de fazer isso por longos seis anos, até que encontrasse alguém para cuidar da menina: por algum motivo, a criança era protegida e não morria com facilidade.
Um dia, Gerard, Diana, Daphne e os três filhos Sorens (todos homens) estavam passeando pelo mercado, quando uma velha camponesa perguntou quanto queriam de dinheiro pela menina.
Daphne foi trocada por três porcos.
A velha senhora se chamava Astrid, e não parecia ter sobrenome. Vivia em uma casa do interior, com vários gatos. Era bem o tipo de mulher que seria perseguida, e com razão: era uma bruxa. Mas não qualquer tipo de bruxa: era a sétima filha de uma sétima filha.
Astrid contou a Daphne que as sétimas filhas de sétimas filhas eram descendente sdiretas de Lilith, a primeira demônio succubus e bruxa da história. Essas mulheres eram amaldiçoadas com o “dom” da bruxaria e com poderes a mais do que os outros bruxos.
As duas viveram juntas e felizes por vários anos, até que no aniversário da caçula Trussoni, a Santa Inquisição matou a velha e a torturou. A garota seria queimada na fogueira em praça pública Londrina.
O que ninguém esperava, eram os poderes escondidos de Daphne. Porém já era a hora da sua execução e ela ainda não fazia idéia do que ela poderia fazer.
Foi apedrejada e amarrada a uma árvore. Atearam fogo.
As chamas lambiam o corpo da jovem, machucando-a seriamente. Mas logo ela levantou a cabeça e sorriu:
-EU SOU DAPHNE TRUSSONI, SÉTIMA FILHA DE UMA SÉTIMA FILHA, E PELOS PODERES INVESTIDOS PELO DEMÔNIO, EU RECONHEÇO A MINHA HERANÇA!
Imediatamente, se iniciou uma tempestade, que apagou o fogo da fogueira e atingiu muitos humanos com raios. Seres de outro mundo, revestidos por uma áurea negra e sem as cavidades oculares começaram a atacar.
Em menos de meia hora, aquela parte da cidade foi destruída. Os poderes de Daphne eram o Controle Temporal e a Necromancia.
Astrid não contou uma coisa para a menina: o poder viciava.
Daphne Trussoni não controlava os poderes: eles a controlavam.
Vagou durante vários anos, até encontrar seu primeiro interesse romântico: Napoleão Bonaparte. Contou ao jovem cônsul que ela erra “especial” e que por certo preço, poderia torná-lo invencível. Tornou-se sua conselheira secreta e amante: ele se tornou imperador e, seguindo os conselhos da bruxa, cada vez mais aumentava seu poder. Quando o período de glória napoleônica acabou, Daphne o abandonou e destruiu qualquer vestígio de sua participação na história da frança.
Vagou por mais algum tempo, até rumar para o novo mundo: Canadá, a cede do conselho bruxo.
Daphne sabia que se controlasse o Conselho, nada mais a deteria.
Conquistou os mestres idiotas com seu teatro.
Convenceu-os de fazerem o pacto do pentagrama.
Roubou suas forças e os matou.
Tornou-se a bruxa mais poderosa do mundo.
E agora, vai matar os bruxos restantes.
E finalmente, vai ter o que mais deseja.
PODER ABSOLUTO.